A ferida do abandono disfarçada de cuidado, e o dia em que finalmente te escolhes.
Já amaste tanto que te esqueceste de ti?
Já deste tanto que, no fim, nem sabias mais o que era teu?
Talvez nunca tenhas dito em voz alta, mas o teu corpo sabe:
O peso de seres aquela pessoa que cuida, que aguenta, que dá… na esperança secreta de um dia ser escolhida.

O ciclo invisível de quem sente demais
Para quem tem a ferida do abandono, amar nunca foi seguro.
Foi sempre uma negociação silenciosa:
“Se eu te mostrar o melhor de mim, talvez fiques.” No início, sentes-te adorad@. Tudo flui. Dizem que nunca conheceram ninguém como tu.
Mas bastam algumas semanas, ou talvez o primeiro momento em que mostras a tua profundidade real, e a distância instala-se.
Tu não fizeste nada de errado.
Mas começas a tentar compensar.
Ficas mais doce. Mais compreensiv@. Mais disponível.
E é aí que o ciclo se instala: dão-te tudo… até tu mostrares quem realmente és.
A/O Curador@ Ferid@ que vive em muitos de nós
Chamam-lhe empatia. Chamam-lhe coração grande.
Mas muitas vezes, é apenas o reflexo de uma criança que aprendeu que o amor precisa ser merecido com dor.
Se eu estiver sempre lá para el@, talvez não me deixe.
Se eu for especial, talvez me escolham.
Se eu o/a curar… talvez me amem.
Exemplos do dia a dia
No amor:
- Fazes tudo por aquela pessoa, mesmo quando ela não te dá o mesmo em retorno.
- Aceitas desculpas, cancelamentos, silencios. Justificas comportamentos.
Na família:
- Estás sempre disponível para os problemas de todos, mesmo que nunca te perguntem se estás bem.
- Tens culpa quando dizes não. Tens medo de não ser considerado.
Nas amizades:
- Só te procuram para desabafar ou pedir conselhos.
- Se tu te fechas um pouco, somem. Se te abres demais, afastam-se.
O benefício invisível de seres sempre a útima peça da engrenagem
Uma parte tua acredita: “Se precisarem de mim, não me podem abandonar.”
Estar sempre disponível, sempre útil, sempre a salvar, pode criar uma sensação inconsciente de segurança:
“Enquanto eu for necessári@, enquanto eu for insubstituível… fico.“
É um amor com corda presa. Um tipo de vínculo baseado na trocas e não na verdade.
E esse é um lugar onde nunca serás amad@ — só serás usad@.
O mesmo arquétipo, duas expressões:
doente e iluminado
| Curador@ Ferid@ (sombra) | Curador@ Iluminad@ (luz) |
|---|---|
| Salva os outros para ser validad@ | Apoia quem está pront@ sem se anular |
| Teme ser rejeitad@ se disser “não” | Sabe que não dizer também é um ato de amor |
| Sente culpa por se priorizar | Entende que cuidar de si é a base para amar |
| Confunde entrega com desaparecimento | Mantém-se presente sem se dissolver |
Como usar esse dom a teu favor
Se tens esse dom natural de cuidar, escutar, ser abrigo — não o rejeites.
Refina-o.
Quando essa energia é bem direcionada, tornas-te uma presença transformadora.
Mas essa cura só é medicina se também te alimenta a ti.
Começa por perguntar:
- O que está a motivar o meu cuidar neste momento?
- O que estou a dar com esperança de receber em troca?
- A minha compaixão está a vir da minha plenitude ou do meu vazio?
Porque a verdade é esta: o amor não se ganha. O amor acontece quando não precisas mais de te perder.

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“A pessoa que segura tudo e já não quer“ é o teu próximo passo.
Vamos aprofundar:
- As feridas emocionais que moldam os teus padrões de relação
- Os arquétipos que silenciosamente conduzem os teus comportamentos
- As escolhas internas que mudam tudo
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