Saúde Mental Masculina: O Silêncio que Mata e o Valor de Pedir Ajuda

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Gentleman’s Ride Faro 2025

Neste domingo (18 de Maio): enquanto Portugal se divide entre votos conscientes, desilusões políticas ou pura apatia, um outro movimento silencioso e poderoso acontece pelas ruas de Faro — uma marcha silenciosa, elegante, mas carregada de dor não dita.
Homens de fato e capacete, barba feita ou desalinho deliberado, montam motas clássicas com o coração apertado e uma missão comum: falar, com o corpo e a presença, daquilo que nunca lhes ensinaram a dizer.

O Distinguished Gentleman’s Ride não é sobre estilo. É sobre homens. Sobre o grito que não sabem dar. Sobre o toque que aprenderam a reprimir. Sobre o amor que nunca souberam como receber.

Homens de fato e gravata sobre rodas vintage desfilam como que a dizer:
“Vejam-me. Ouçam-nos. Ainda estamos aqui.”

Mesmo que por dentro… estejam quase a cair.

Sou mulher. E, ainda assim, talvez por isso, grande parte dos meus clientes são homens. Homens inteligentes, bem-sucedidos, magnéticos… e perdidos.
Homens que já provaram tudo o que a sociedade lhes pediu:
sucesso, força, independência.
Homens que todos invejam, mas poucos conhecem.
Homens com diplomas na parede e um vazio dentro do peito.

Lá fora, conquistam.
Cá dentro, implodem.

Vivem num looping silencioso onde:

  • o sucesso grita, mas o corpo adoece,
  • a mente é brilhante, mas o coração vive entorpecido,
  • a paternidade pesa mais do que nutre,
  • o medo de falhar como homem é maior do que qualquer ambição.

E então bebem.
Controlam.
Fogem.
Trabalham em excesso.
Evaporam-se de dentro para fora.

Chamam-lhe “stress”.
Chamam-lhe “pressão normal”.
Chamam-lhe “homem que não tem tempo para essas coisas”.

Mas eu dou-lhe outro nome: implosão emocional crónica.

The Distinguished Gentleman’s Ride não é apenas sobre motas. É sobre o peso invisível que muitos homens carregam por dentro, sorrindo no LinkedIn, mas morrendo por dentro em silêncio.

A saúde mental não é só ansiedade e depressão.
É também excesso de gordura visceral, disfunção eréctil sem causa clínica, vícios socialmente aceites e uma raiva constante que não sabe onde pousar.
É a eterna adolescência dos Peter Pan de 40 anos.
É o silêncio do pai que não aprendeu a chorar, nem a abraçar.
É o sucesso que sabe a nada.

E sim — tudo isto mata.

Neste exato momento, um homem tira a própria vida a cada minuto.
Não por ser fraco. Mas por não ter espaço para ser frágil.

A verdade crua dos números

Em Portugal, três pessoas morrem por suicídio todos os dias.
A maioria são homens. A taxa masculina é mais do triplo da feminina:
14,5 contra 4,3 por 100.000 habitantes.

Na Europa, o padrão repete-se: homens morrem mais cedo.
Não por doença mas por silêncios incuráveis.

Os motivos?
Isolamento. Exigência. Pressão. Orgulho. Vergonha.
Falta de espaço para não saber. Falta de permissão para desistir um pouco.
Falta de braços que segurem sem exigir.

Violência doméstica? Também.
Em 2023, mais de 10.300 homens denunciaram ter sido vítimas em Portugal — um aumento de 296% em apenas 15 anos.
Mas quem acredita neles? Quem os ouve? Quem os legitima?

Dependência?
Mais de 7% da população portuguesa sofre de dependência de álcool.
Entre os homens, o risco de abuso ronda os 20%.
E quantos se drogam sem serem toxicodependentes? Quantos vivem anestesiados em comida, ecrãs, pornografia ou adrenalina?

Tudo isto mata.
Não de uma vez. Mas aos poucos.

E quando já não aguentam?
Desaparecem.
Um homem tira a própria vida a cada minuto no mundo.

Não por ser fraco.
Mas por nunca ter tido espaço para ser frágil.

Porque o meu coaching não é sobre performance — é sobre verdade

Na minha abordagem não há frases feitas.
Não há soluções rápidas.
Há verdade.
Há coragem.
Há desconstrução.

O meu trabalho é espelho e bisturi.
Reflete o que foi escondido e corta o que impede o coração de pulsar com verdade.

Não oriento homens para serem mais produtivos.
Oriento-os para voltarem a ser inteiros.
Para pararem de fugir da dor que os molda.
Para aprenderem a habitar o corpo, em vez de o controlar.
Para finalmente poderem dizer: “não estou bem” — e ainda assim, serem respeitados.

A maioria dos meus clientes são líderes, pais, homens de ação.
E no entanto… é no silêncio das nossas sessões que se ouve, pela primeira vez, a voz do menino que ainda não foi resgatado.

Se és homem, ou amas um homem — lê isto com o coração

Esta terça-feira, dia 20, vou facilitar uma masterclass gratuita sobre como quebrar ciclos de escassez, sabotagem e fuga — não só no dinheiro, mas no afeto, na coragem e na liberdade de ser quem se é.

É aberta a todos.
Mas, no teu caso, pode ser o primeiro passo para quebrares um ciclo que já não serve.

👉 Inscreve-te aqui

👉 Ou partilha com alguém que precise ler isto.

Se quiseres também contribuir para o Gentleman’s Ride e apoiar este movimento que visa combater o cancro da próstata e a crise da saúde mental masculina, deixo aqui o link do Steven, que irá pedalar com o coração aberto:

👉 gentlemansride.com/fundraisers/StevenSousaPiedade

A revolução não será barulhenta.
Será feita de homens a voltarem a sentir.
E de mulheres a deixarem de tentar curá-los para começarem a sustentar a verdade com presença.

Se chegou até ti, não ignores.
Partilha.
Ou age.


Gentleman’s Ride:
O desfile dos que já não aguentam calados

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