
Fui a primeira.
Primeira filha.
Primeira neta.
Primeira sobrinha.
A primeira a ser olhada com expectativa nos olhos.
A primeira a ser chamada de “forte” antes mesmo de saber o que era ter fraqueza.
Desde cedo, o mundo segredava-me com o olhar:
“Conta contigo. Não fraquejes.”
E eu aprendi.
Aprendi a ler a sala antes de falar.
A agradar antes de perguntar.
A segurar o que os outros deixavam cair — mesmo quando caía sobre mim.
A Filha Boa aprendeu a ser luz.
A Cuidadora cresceu antes do tempo.
E a Mãe, mais tarde, tornou-se muralha: onde tudo batia, mas nada tombava.
Fui mãe sozinha.
De um rapaz.
E nesse instante, tudo o que eu tinha aprendido sobre força… tornou-se aço.

Fui também a primeira mulher da família a comprar casa.
Sem ajudas. Sem atalhos. Sem rede.
Construí estrutura onde nunca houve chão.
Levantei paredes enquanto segurava choros, contas, culpas e silêncios.
E quanto mais me superava, mais o mundo me pedia que continuasse.
Como se, por ter conseguido uma vez… já não tivesse o direito de parar.
O mundo não começou a esperar mais de mim.
O mundo sempre esperou que eu não fraquejasse.
E eu cumpri.
Mas havia noites em que pousava a cabeça na almofada e sussurrava:
“Será que alguém me vê… para lá do que eu dou?”
“Será que alguém me ama… mesmo quando não estou disponível?”
A verdade?
Eu própria já não sabia como me amar… quando não estava a resolver, sustentar, segurar.
E é aí que este padrão começa a adoecer:
- A saúde fragiliza.
- O corpo pesa.
- A conta bancária espelha a escassez de apoio.
- Os relacionamentos desequilibram — porque não há espaço para receber, só para dar.
- Até o dinheiro parece não confiar em quem não sabe descansar.
A Soberana ferida dentro de mim pedia silêncio.
Pedia verdade.
Pedia que eu me lembrasse:
Ser forte não é nunca cair.
É saber quando parar de sustentar o que já não me cabe.
E foi só quando comecei a dizer “não” ( mesmo a tremer ) que a vida começou a mudar.
Não com facilidade.
Mas com verdade.
Hoje, já não carrego tudo.
E não por fraqueza — mas por sabedoria.
Hoje, reconheço quando estou a dar para ser aceite…
E quando estou a amar sem desaparecer de mim.
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