Cresci num mundo onde “ser uma mulher forte” significava ser inabalável, independente e inatingível. Fui criada por uma mulher que acreditava que o feminino era uma fraqueza—e com razão, pois ela própria foi vítima de um sistema que distorceu os papéis de homens e mulheres.
Aprendi que não precisar de homem nenhum era um troféu de conquista. Aprendi que vulnerabilidade e delicadeza eram perigosas, portas abertas para abuso e desrespeito. E assim, tornei-me uma mulher rígida, defensiva e pronta para lutar.
Por muitos anos, a ideia de um homem pagar-me um almoço era ofensiva, uma suposta tentativa de me inferiorizar. Eu não queria ser protegida, não queria ser cuidada, não queria parecer fraca. Mas o que eu não sabia é que, ao rejeitar tudo isso, estava a rejeitar partes essenciais de mim.
O Feminino Perdido e a Redescoberta
A vida tem formas curiosas de nos ensinar. E o meu maior professor foi o tempo—e o facto de ser mãe de um rapaz.
Ao observar o meu filho, percebi o quão distorcida era a minha visão dos homens. Eu não queria que ele crescesse como um dependente emocional de uma mulher, nem como alguém alheio ao seu próprio poder masculino. Queria que ele fosse independente, íntegro, forte, e capaz de liderar e proteger sem precisar diminuir ninguém.
Mas como ensinar isso, se eu própria nunca tinha aprendido o que era ser mulher em equilíbrio?

A Escolha de Ser Mulher
A verdadeira mudança aconteceu quando intencionalmente escolhi aceitar e integrar a mulher que sempre fui, mas que escondi por medo. A mulher que gosta de ser guiada, que aprecia um homem forte e consciente, que se sente segura ao largar o controlo. A mulher que se permite ser cuidada, não porque é fraca, mas porque merece amor, presença e reciprocidade.
Hoje, não educo homens, não tento mudá-los, não os trato como projetos. Se um homem apresenta um comportamento inadequado, simplesmente respeito-me e saio da equação. Sem dramas. Sem lutas. Sem precisar provar nada.
E aprendi algo ainda maior:
✔ Os homens não são inimigos do feminino saudável.
✔ Mas os homens também não sabem ser homens quando as mulheres não sabem ser mulheres.
O Feminino Tóxico & a Inversão dos Papéis
Vivemos numa era onde os papéis se inverteram completamente. Muitas mulheres carregam a exaustão do masculino e muitos homens perderam o direito ao seu próprio poder.
🛠 Mulheres que querem ser líderes, mas que não se permitem ser guiadas.
🛠 Homens que desistiram de liderar porque qualquer tentativa é vista como opressão. 🛠 Relações onde as mulheres são as mães emocionais dos seus parceiros.
🛠 Famílias onde as crianças não sabem o que é uma verdadeira figura masculina.
🚨 Isto não é progresso. Isto é caos.
O Que a Minha História pode Ensinar?
Eu atraía homens com quem acabava em dinâmicas de poder e, posteriormente, percebia que me dava imenso prazer quando “ganhava”. Quando iniciei o meu processo consciente de evolução, percebi que essa competição advinha da minha própria competição com o meu pai.
Enquanto vivi nesse registo, dificilmente tinha boas conexões com outras mulheres. Tinha dentro de mim um preconceito contra mulheres femininas, como se fossem inferiores ou fracas.
Quando eventualmente um homem honrava a mulher que eu era e eu não sabia ser, isso fazia-me sentir inadequada e uma impostora.
Foi muito importante investir na minha evolução porque, para além de afetar as nossas relações, também afeta a nossa carteira. Enquanto não soubermos honrar o nosso masculino e feminino, as nossas finanças dificilmente se equilibram.
Como mulheres, temos a responsabilidade de educar a nova geração de outra forma. A falta de limites e a constante inversão de papéis ou papéis tóxicos dos progenitores está a gerar homens e mulheres cada vez mais em conflito com o seu próprio género.
Eu não posso ensinar o meu filho a ser um homem, pois eu não sou um, mas posso ser mulher o suficiente para que ele queira, com honra, ser um homem equilibrado.
Reflexão
Neste Dia da Mulher, a minha pergunta para ti é:
✔ Estás verdadeiramente em equilíbrio com o teu feminino ou o teu masculino?
✔ Estás a ocupar o teu papel natural ou estás a carregar um peso que não te pertence? ✔ A tua força vem de dentro ou de uma necessidade de provar algo ao mundo?
O maior presente que podemos dar a nós mesmas não é o direito de sermos fortes—é o direito de sermos verdadeiras.
Feliz Dia da Mulher.

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