Desbloqueando a Verdadeira Confiança: Uma Jornada Transformacional Além da Aparência

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Era uma sexta-feira à noite quando embarquei no autocarro de Faro para Lisboa, ansiosa e empolgada para o evento que prometia aprofundar o posicionamento e a presença do feminino nos dias de hoje, sem perder a feminilidade. Depois de uma semana intensa, com a vida a girar entre as demandas de ser mãe sozinha e todas as outras responsabilidades, fiz a mala com todo o cuidado. Escolhi os meus vestidos preferidos, sapatos elegantes, o perfume que me faz sentir poderosa. Tudo estava pronto. Eu estava pronta.

Queria estar impecável diante de um grupo de mulheres bem-sucedidas e deslumbrantes. A minha presença deveria refletir confiança e magnetismo, e para isso, a minha armadura estava cuidadosamente preparada. Mas o universo tinha outros planos para mim.

Durante a viagem, o motorista não fez nenhuma paragem. Ao fim de três horas, eu já mal conseguia pensar em outra coisa que não fosse a urgência de ir à casa de banho. Assim que o autocarro chegou ao destino, saí apressada e, sem me dar conta, deixei para trás a minha mala. Foi só mais tarde, já passada a meia-noite, que percebi o que tinha acontecido. Das 23h30 às 2h da manhã, tentei entrar em contacto com a empresa de transporte, procurei soluções, e passei por uma montanha-russa de emoções. O evento era às 9h30 da manhã seguinte, e eu não tinha nada do que tinha preparado com tanto carinho.

A única solução viável foi aceitar a generosidade de uma amiga mais nova, que me emprestou roupas. Mas havia um detalhe importante: ela tinha uma fisionomia muito diferente da minha e um estilo completamente oposto ao meu.

Na manhã seguinte, entrei no hotel de cinco estrelas e fui recebida exatamente como eu imaginava: um mar de mulheres impecáveis. Maquilhagem perfeita, cabelos arranjados, roupas elegantes. E ali estava eu, vestida de forma completamente diferente daquilo que tinha idealizado. Nos primeiros momentos, senti-me como aquela menina insegura da escola, deslocada e inadequada. Era como se, sem a minha armadura, eu tivesse perdido o meu lugar.

Mas então, respirei fundo.

O universo tinha-me dado um desafio inesperado. Oportunidade perfeita para me conectar com a minha confiança interior, para encontrar a minha força sem bengalas externas.

E foi mágico.

Ao longo do evento, percebi que a minha presença ia muito além da roupa ou da imagem. A forma como eu me expressava, como olhava nos olhos, como me posicionava – isso sim, fazia a diferença. Apesar do desconforto inicial, a experiência revelou-se profundamente transformadora. Descobri que, mesmo sem a minha armadura habitual, eu continuava a ser magnética, bonita e segura.

Este episódio fez-me refletir sobre quantas vezes condicionamos a nossa autoconfiança ao que vestimos, ao que mostramos ao mundo. Mas a verdadeira força vem de dentro.

No coaching transformacional e na espiritualidade, trabalhamos profundamente a conexão com o nosso eu autêntico. O chakra do plexo solar, localizado na região do abdômen, é o centro da nossa autoestima e poder pessoal. Quando equilibrado, permite-nos irradiar confiança, assertividade e magnetismo natural. Mas, se está bloqueado ou enfraquecido, buscamos validação externa através de roupas, status ou reconhecimento social.

A respiração também desempenha um papel essencial neste processo. Ao longo daquela manhã, percebi que cada vez que me sentia pequena, um simples exercício de respiração profunda ajudava-me a recentrar-me. Inspirar conscientemente e expandir o plexo solar foi a chave para me lembrar de quem sou para além da aparência exterior.

Esta experiência reforçou-me que, independentemente das marcas, das vestes ou da maquilhagem social, se cultivarmos o nosso autoconhecimento e fortalecermos a nossa essência, nenhum contratempo pode minimizar a nossa luz. A verdadeira feminilidade não está no que vestimos, mas na segurança e presença que cultivamos dentro de nós.

E tu? Onde tens colocado a tua confiança? Será que a tua armadura define quem tu és ou apenas amplifica aquilo que já existe dentro de ti?

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